Versos de um Desabafo Íntimo: Divertido, Bagunçado e com a Fragrância do Homem Errado

Versos de um Desabafo Íntimo: Divertido, Bagunçado e com a Fragrância do Homem Errado

Em nenhum momento busquei viver com um estranho uma história de amor complicada. A verdade é que estava apenas tentando reviver aquilo que, desde o útero, minha alma já clamava. Era um grito silencioso, um eco de feridas que não eram só minhas. Eram marcas deixadas pela história de quem veio antes de mim. E hoje, ao olhar para trás, percebo: não era apenas uma jornada de dor, mas um caminho de reencontro.

Versos de um Desabafo Íntimo: Divertido, Bagunçado e com a Fragrância do Homem Errado
Versos de um Desabafo Íntimo: Divertido, Bagunçado e com a Fragrância do Homem Errado

Feridas herdadas: o peso das marcas invisíveis

Não era só por mim. Carregava nos ombros as dores de minha mãe, como se cada lágrima dela tivesse encontrado abrigo em minhas células. Isso explica porque, tantas vezes, mesmo sem entender, eu buscava aliviar algo que nem ao menos sabia nomear. No entanto, ao alcançar a maturidade, uma decisão importante foi tomada: devolver aquilo que não me pertencia. Hoje, permito-me sentir as minhas próprias dores, as que a vida me traz, sem carregar o fardo de um passado que não escolhi.

Foi um processo doloroso. Cada tentativa de esquecer aquele período se mostrou inútil, pois as lembranças estavam profundamente enraizadas. Não em fotos ou memórias palpáveis, mas no meu corpo, nas minhas reações, na forma como eu existia. Era um lembrete constante de uma ferida aberta, mas também um convite para a cura.

O homem errado: destruidor e mentor involuntário

Ele tinha o perfume das flores de um jardim desconhecido, um aroma que me atraía para um mundo que parecia promissor. Mas, ironicamente, foi esse mesmo homem que destruiu o jardim mais bonito que eu já havia conhecido: o meu jardim interno. Cada palavra, cada gesto, era uma tempestade que devastava o solo fértil onde eu cultivava sonhos e esperanças.

Por um tempo, o desespero foi meu companheiro mais fiel. Só eu sei o quanto doeu. Só eu sei quantas vezes, no silêncio das noites escuras, pedi a Deus que me levasse, que me poupasse de encarar a dura realidade de um amor que destruiu mais do que construiu.

Da devastação à renovação: a força que renasce na escuridão

No entanto, Deus, em Sua infinita sabedoria, não atendeu a esse pedido. E foi aí que algo extraordinário aconteceu. Da destruição de um jardim, aprendi a cultivar uma pequena horta. Com paciência e cuidado, transformei aquele espaço devastado em um lugar de renovação e alegria. Pouco a pouco, a horta tornou-se um mundo inteiro. Um mundo meu. Um mundo onde a luz começou a penetrar nas sombras e onde as sementes de esperança voltaram a florescer.

Essa jornada de aprendizado e cura não foi rápida nem fácil, mas foi transformadora. Sou grata por tudo o que vivi, por cada lágrima derramada e por cada lição aprendida. Pois foi nesse período de noite escura que encontrei a luz mais brilhante: a aceitação. Aceitar o que passou, aceitar quem fui e, acima de tudo, aceitar o presente como ele é.

Reflexões finais: o conforto da aceitação

Hoje, ao olhar para trás, consigo sorrir. Não porque o caminho tenha sido fácil, mas porque ele foi necessário. A dor, o aprendizado, a transformação – tudo isso faz parte de quem me tornei. E, mais do que isso, me permitiu enxergar o quão poderosa é a capacidade humana de se reinventar.

Assim, os versos deste desabafo íntimo não são apenas sobre dor, mas sobre renascimento. São sobre a beleza de reconstruir, mesmo quando parece que tudo está perdido. E, sobretudo, sobre a coragem de se permitir viver, sentir e florescer novamente.

Sou Betila Lima – Psicóloga

Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.

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