Uma pessoa fechada é frequentemente descrita como alguém que tem dificuldade em compartilhar pensamentos. Bem como, sentimentos ou experiências com os outros. Esses indivíduos tendem a guardar suas emoções para si, ou seja, evitar discussões pessoais e criar barreiras emocionais em seus relacionamentos. Sendo assim, essa característica pode ser vista como uma forma de proteção emocional contra julgamentos ou vulnerabilidades.
Diversos fatores influenciam esse comportamento, como traços de personalidade, experiências passadas e a cultura em que a pessoa vive. Em sociedades que valorizam a privacidade e a autossuficiência, as pessoas geralmente enxergam o fechamento como algo normal. Contudo, em contextos mais colaborativos, muitos o percebem como um obstáculo à comunicação.
Quão saudável é ser uma pessoa fechada?
Ser reservado traz vantagens, como preservar a privacidade e evitar conflitos desnecessários, mas o excesso de fechamento impacta negativamente a saúde mental e os relacionamentos. A dificuldade em expressar emoções pode levar a sentimentos de isolamento, estresse acumulado e até mesmo transtornos como depressão e ansiedade.
Por outro lado, é importante reconhecer que cada indivíduo tem seu próprio ritmo e nível de conforto para se abrir. Ser uma pessoa fechada não é, por si só, algo prejudicial, desde que exista um equilíbrio e um espaço seguro para processar emoções de maneira saudável.
O que a neuropsicologia nos diz sobre isso?
A neuropsicologia aponta que ser uma pessoa fechada pode estar relacionado à forma como o cérebro processa e responde a estímulos emocionais. Áreas como o córtex pré-frontal e a amígdala desempenham papéis cruciais na regulação emocional. Indivíduos mais reservados podem ter uma resposta exagerada da amígdala a situações de estresse. Dessa forma, levando-os a evitar interações que consideram emocionalmente arriscadas.
Além disso, as pessoas frequentemente aprendem padrões de comportamento fechados durante a infância, especialmente em ambientes que desencorajam a expressão de emoções. Os estudos mostram que o estilo de apego formado nos primeiros anos de vida influencia diretamente a capacidade de se conectar emocionalmente na vida adulta.
Quais traumas podem estar relacionados ao comportamento fechado?
Traumas passados, especialmente os relacionados a rejeição, abandono ou abusos emocionais, podem contribuir significativamente para uma personalidade fechada. Esses eventos muitas vezes criam um senso de desconfiança nas relações interpessoais, fazendo com que a pessoa construa “muros emocionais” como forma de proteção.
Experiências como bullying, perdas significativas ou convivência com familiares emocionalmente indisponíveis também são fatores comuns que podem moldar esse comportamento. É essencial compreender que, nesses casos, ser uma pessoa fechada não é apenas um traço de personalidade, mas uma resposta adaptativa a um contexto vivido.
Como encontrar coragem para se abrir com o terapeuta?
Superar o medo de se abrir com um terapeuta pode ser desafiador para quem é reservado, mas é um passo fundamental para o autoconhecimento e a cura emocional. Primeiramente, é importante lembrar que a terapia é um espaço seguro e confidencial, onde o julgamento não tem lugar.
Uma dica prática é começar compartilhando informações menos vulneráveis, ganhando confiança gradualmente no processo. Muitos terapeutas também utilizam técnicas que ajudam a estabelecer uma conexão de confiança, como validação emocional e uma abordagem empática.
Encarar a terapia como um processo colaborativo, onde o terapeuta está ali para ajudar, pode ser um estímulo positivo para se abrir.
Como o tratamento com EMDR e Brainspotting pode ajudar?
Métodos terapêuticos como o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) e o Brainspotting têm se mostrado eficazes para ajudar pessoas fechadas a processar traumas e desbloquear emoções reprimidas.
O EMDR utiliza movimentos oculares para ajudar o cérebro a reprocessar memórias traumáticas de forma menos impactante, permitindo que a pessoa ressignifique experiências difíceis. Essa técnica é especialmente útil para aqueles que têm dificuldade em verbalizar suas emoções, já que grande parte do processo ocorre de maneira não verbal.
Já o Brainspotting foca em localizar pontos específicos no campo visual que ativam áreas do cérebro relacionadas a traumas ou bloqueios emocionais. Essa abordagem ajuda a acessar e liberar emoções reprimidas de forma segura e controlada.
Essas técnicas oferecem ferramentas poderosas que ajudam pessoas a trabalhar questões de fechamento emocional. Dessa forma, promovendo equilíbrio e bem-estar.
Considerações finais
Ser uma pessoa fechada é uma característica que pode ter suas raízes em traços de personalidade, experiências vividas ou até mesmo em padrões neurológicos. Embora possa ser visto como uma forma de proteção, é essencial reconhecer quando esse comportamento começa a interferir na qualidade de vida e nos relacionamentos.
A busca por ajuda terapêutica, seja por meio de abordagens convencionais ou técnicas inovadoras como o EMDR e o Brainspotting, pode abrir portas para um caminho de autodescoberta e crescimento emocional. Afinal, permitir-se compartilhar emoções e histórias é um passo fundamental para viver de forma mais plena e conectada.
Sou Betila Lima – Psicóloga
Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.
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