Gastei tanto a minha energia fugindo da rejeição, que não tenho mais energia para fugir

Gastei tanto a minha energia fugindo da rejeição, que não tenho mais energia para fugir

A rejeição é uma experiência universal, profundamente humana, e está presente em diversas fases da vida. Desde um “não” em uma entrevista de emprego até a dor de um rompimento amoroso, a rejeição pode nos impactar em níveis profundos. Fugir constantemente desse sentimento é exaustivo e, muitas vezes, agrava o sofrimento emocional, levando-nos a um estado de desgaste físico e mental. Antes de tudo, é importante compreender os impactos negativos da rejeição e como enfrentá-los pode trazer um aprendizado poderoso.

Gastei tanto a minha energia fugindo da rejeição, que não tenho mais energia para fugir

Quais são os impactos negativos da rejeição na saúde mental?

Sentir-se rejeitado pode provocar uma série de reações emocionais e físicas. Em primeiro lugar, a rejeição ativa os mesmos circuitos cerebrais responsáveis pela dor física. Isso significa que o cérebro não diferencia plenamente entre uma ferida emocional e uma lesão corporal. Como resultado, sentimentos de inadequação, baixa autoestima e ansiedade se tornam frequentes.

Além disso, a exposição prolongada à rejeição pode desencadear sintomas depressivos e levar a um padrão de isolamento social. Ainda assim, ignorar ou tentar fugir dessa emoção apenas reforça o ciclo de autossabotagem e negação, o que torna o indivíduo ainda mais vulnerável a novos episódios de rejeição.

O que a neuropsicologia nos diz sobre a rejeição?

Segundo a neuropsicologia, a rejeição ativa áreas do cérebro como o córtex cingulado anterior, que está ligado à percepção da dor emocional. Estudos também mostram que a rejeição pode gerar uma reação exagerada na amígdala, a região responsável pelo processamento de ameaças e medos. Isso explica por que somos tão sensíveis a situações de exclusão, mesmo que sutis, como ser ignorado em uma conversa ou excluído de um grupo social.

Ainda mais, a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reestruturar, também entra em jogo. Quando enfrentamos repetidas rejeições sem trabalhar nossas emoções, o cérebro pode criar padrões que nos fazem reagir de forma mais intensa no futuro. Por outro lado, com o apoio terapêutico adequado, é possível reconfigurar essas respostas emocionais e reduzir o impacto da rejeição em nossas vidas.

Por que contextos traumáticos de rejeição reativam traumas passados?

Situações de rejeição podem, frequentemente, reativar memórias de traumas passados. Isso ocorre porque nosso cérebro registra eventos traumáticos de maneira mais intensa, especialmente em momentos de grande vulnerabilidade. Por exemplo, uma criança que cresceu sentindo-se rejeitada pelos pais pode, na vida adulta, reviver essa dor ao enfrentar um término de relacionamento ou uma demissão no trabalho.

Essas reativações não acontecem de forma consciente. Muitas vezes, o corpo responde antes que possamos compreender racionalmente o que está acontecendo. Essa é a razão pela qual algumas rejeições parecem nos atingir de maneira desproporcional. Contudo, reconhecer essa conexão é um passo essencial para quebrar o ciclo e ressignificar essas experiências dolorosas.

Como a terapia ajuda a enfrentar a rejeição e reconstruir a autoestima?

A terapia é uma ferramenta poderosa para entender e transformar a relação com a rejeição. Primeiramente, ela permite o autoconhecimento, auxiliando o indivíduo a identificar padrões de comportamento e crenças limitantes que reforçam o medo da rejeição. Através desse processo, é possível cultivar resiliência emocional e se libertar do papel de vítima dessas situações.

Como a combinação de TCC, EMDR e Brainspotting pode transformar sua vida?

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é altamente eficaz no tratamento das feridas emocionais causadas pela rejeição. Ela trabalha para identificar pensamentos distorcidos e substituí-los por crenças mais positivas e realistas. Contudo, para situações em que a rejeição está ligada a traumas profundos, métodos terapêuticos como EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares) e Brainspotting podem potencializar a cura.

O EMDR é particularmente útil para processar memórias dolorosas de rejeição. Ele ajuda a reduzir a carga emocional associada a essas lembranças, permitindo que o cérebro as reorganize de forma menos prejudicial. Já o Brainspotting utiliza a conexão entre os olhos e o sistema nervoso para acessar traumas armazenados no corpo, ajudando a liberar emoções reprimidas. A combinação dessas abordagens acelera o processo de recuperação e promove uma transformação emocional mais profunda.

Qual é a maior lição que a rejeição pode nos ensinar?

A rejeição, embora dolorosa, traz consigo uma oportunidade única de aprendizado e crescimento. Antes de tudo, ela nos ensina a lidar com a vulnerabilidade e a fortalecer nossa autocompaixão. Aceitar que nem sempre agradaremos a todos ou que nem todas as oportunidades são destinadas a nós é libertador.

Além disso, a rejeição nos desafia a redefinir nossa percepção de valor próprio. Ao invés de depender da validação externa, podemos aprender a construir uma autoestima sólida e independente, baseada em quem somos, e não no que os outros pensam de nós.

Por que enfrentar a rejeição é essencial para uma vida plena?

Enfrentar a rejeição não significa aceitá-la passivamente, mas sim aprender a ressignificá-la. Cada episódio doloroso é uma chance de crescer, de entender nossos limites e de fortalecer nosso senso de propósito. Afinal, a vida não é definida pela ausência de rejeição, mas pela maneira como escolhemos reagir a ela.

Portanto, investir em autoconhecimento e buscar o apoio terapêutico necessário são passos fundamentais para deixar de fugir da rejeição e começar a encará-la como uma aliada no caminho para uma vida mais plena e significativa.

Sou Betila Lima – Psicóloga

Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.

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