A psicologia econômica, também conhecida como Economia Comportamental, é uma disciplina fascinante que busca entender como nossas emoções e comportamentos influenciam nossas decisões financeiras. Dessa forma, ao combinar os conhecimentos da economia com os princípios da psicologia, esta área de estudo oferece insights profundos sobre como o ser humano se comporta no mercado. Ou seja, revelando padrões muitas vezes inconscientes que direcionam nossas escolhas.
Entendendo a Economia Comportamental
A Economia Comportamental é uma área vasta, que abrange diversos campos de estudo. Entre os mais relevantes, destacam-se:
Finanças Comportamentais
As finanças comportamentais investigam como fatores psicológicos afetam nossas decisões financeiras. Sendo assim, um exemplo comum é a tendência de gastar mais dinheiro quando estamos felizes ou tomar decisões mais arriscadas em momentos de estresse. Ou seja, esses comportamentos, que parecem intuitivos, têm raízes profundas em nossa psicologia e podem levar a consequências financeiras indesejadas.
Um conceito central nessa área é o viés cognitivo, que são distorções de pensamento que afetam a maneira como percebemos a realidade e tomamos decisões. Por exemplo, o “efeito de ancoragem” faz com que demos mais importância à primeira informação que recebemos ao fazer uma escolha, mesmo que ela não seja a mais relevante.
Psicologia do Consumidor
A psicologia do consumidor estuda as razões pelas quais consumimos certos produtos e como as empresas podem influenciar nossas preferências e motivações. Ou seja, esse campo de estudo é amplamente utilizado em campanhas de marketing, onde as empresas aplicam conhecimentos da psicologia para direcionar o comportamento do consumidor.
Os princípios da persuasão, como escassez, autoridade e reciprocidade, são exemplos de como a psicologia do consumidor pode ser utilizada para influenciar decisões de compra. Por exemplo, quando vemos um produto marcado como “oferta limitada”, somos mais propensos a comprá-lo devido ao medo de perder a oportunidade.
Neuroeconomia
A neuroeconomia é um campo emergente que busca entender os fundamentos neurológicos por trás das nossas decisões econômicas. Sendo assim, esta área de estudo utiliza tecnologias avançadas, como a ressonância magnética funcional (fMRI), para observar como o cérebro responde a diferentes estímulos financeiros.
Pesquisas em neuroeconomia revelaram que diferentes áreas do cérebro são ativadas quando tomamos decisões financeiras racionais versus emocionais. Isso ajuda a explicar por que, muitas vezes, mesmo quando sabemos que uma decisão financeira é irracional, ainda assim a tomamos. A neuroeconomia, portanto, oferece uma janela para compreender os conflitos internos que ocorrem dentro de nós ao lidar com dinheiro.
A Economia Comportamental no Contexto Brasileiro
No Brasil, a Economia Comportamental começou a ganhar destaque nos anos 2000, com a integração das pesquisas em psicologia e economia para abordar questões relevantes como inflação, significado do dinheiro e educação financeira. Ou seja, esses estudos têm sido fundamentais para a formulação de políticas públicas mais eficazes, além de promover uma compreensão mais profunda do comportamento econômico da população brasileira.
Por exemplo, a avaliação do impacto da inflação sobre a saúde mental da população brasileira é um tema de crescente interesse, pois o aumento dos preços afeta diretamente o bem-estar psicológico das famílias, levando a um aumento nos níveis de ansiedade e estresse.
Princípios da Economia Comportamental
Ao explorar esses fundamentos, é possível tomar escolhas mais conscientes e racionais. Com isso, evitamos erros comuns, como compras impulsivas ou decisões arriscadas. Além disso, a Economia Comportamental mostra como pequenos ajustes no comportamento podem melhorar significativamente o bem-estar financeiro.
Outro ponto importante é o papel da educação financeira na formação de uma população mais consciente e preparada para tomar decisões financeiras racionais. Programas de educação financeira, baseados em princípios da Economia Comportamental, têm sido implementados em diversas escolas e comunidades, visando capacitar os indivíduos a lidar melhor com seus recursos.
Estratégias para Lidar com Impulsos Emocionais nas Finanças
Compreender os princípios da psicologia econômica é o primeiro passo para tomar decisões financeiras mais conscientes. No entanto, aplicar esse conhecimento no dia a dia é o verdadeiro desafio. Portanto, aqui estão algumas estratégias práticas baseadas em conceitos de psicologia econômica para ajudar a controlar os impulsos emocionais nas finanças:
Prática da Autoconsciência
A autoconsciência é fundamental para reconhecer quando emoções estão influenciando suas decisões financeiras. Ou seja, ao praticar o autoconhecimento, você se torna mais consciente de seus gatilhos emocionais e pode tomar medidas para evitá-los. Por exemplo, se você sabe que tende a gastar mais quando está triste, pode criar um plano para evitar compras impulsivas nesses momentos, como adiar decisões de compra para outro dia.
Aplicação da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) com a Economia Comportamental
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma ferramenta poderosa na modificação de padrões de pensamento que levam a comportamentos financeiros prejudiciais. Sendo assim, a TCC trabalha identificando e desafiando pensamentos irracionais e substituindo-os por pensamentos mais realistas e saudáveis. Por exemplo, em vez de pensar “eu mereço comprar isso agora”, você pode substituir esse pensamento por “eu posso esperar e decidir com calma se realmente preciso deste item”.
Estabelecimento de Metas Claras
Estabelecer metas financeiras claras e de longo prazo pode servir como uma âncora para evitar decisões impulsivas. Quando você tem uma visão clara do que deseja alcançar, como poupar para a aposentadoria ou para a compra de uma casa, fica mais fácil resistir a impulsos de curto prazo. As metas funcionam como um lembrete constante do que é realmente importante, ajudando a manter o foco.
Adoção de Hábitos Saudáveis
Hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, têm um impacto positivo na regulação das emoções, o que, por sua vez, pode influenciar positivamente suas decisões financeiras. Estudos mostram que a prática de exercícios físicos pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, ajudando a manter um estado emocional mais estável e menos suscetível a impulsos.
Nossas Emoções Influenciam Nossas Decisões Financeiras
Por fim, a Economia Comportamental nos oferece um olhar detalhado sobre como nossas emoções influenciam nossas decisões financeiras. Sendo assim, ao entender esses mecanismos, podemos desenvolver estratégias eficazes para lidar com impulsos emocionais e tomar decisões mais racionais e conscientes. Seja aplicando técnicas de TCC, estabelecendo metas financeiras claras, ou ainda, adotando hábitos saudáveis, cada passo nos aproxima de um maior equilíbrio financeiro e bem-estar emocional.
Sou Betila Lima – Psicóloga
Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.
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