Vivemos para descascar a vida como uma cebola. E cada camada revela um pedaço do que somos, mas também pode trazer lágrimas aos olhos. Essa metáfora tão simples e cotidiana carrega verdades profundas sobre o processo de autoconhecimento e superação dos desafios.
Mas será que estamos preparados para encarar todas as cebolas da nossa “horta da vida”? E, mais importante, sabemos como aliviar as lágrimas que surgem no caminho?
Por que descascar a cebola da vida é tão desafiador?
A metáfora da cebola é frequentemente usada para ilustrar o autoconhecimento porque cada camada representa um aspecto de nossas emoções, experiências e histórias. Conforme avançamos no processo de autodescoberta, chegamos mais perto do “centro”, ou seja, da essência de quem realmente somos.
Entretanto, esse caminho não é isento de sofrimento. Cada camada retirada pode expor feridas antigas, frustrações, medos e inseguranças que preferimos deixar escondidos. Assim como cortar uma cebola libera compostos que fazem os olhos arderem, lidar com o passado ou com desafios emocionais pode despertar desconfortos inevitáveis.
Porém, a boa notícia é que, mesmo no desconforto, existem formas de tornar esse processo menos doloroso.
O papel da “torneira aberta” no enfrentamento dos desafios
Lembra do truque de cortar cebolas com a torneira aberta? Essa prática ajuda a dissipar o gás que causa lágrimas, tornando o processo mais leve. Na vida, a “torneira” pode ser qualquer estratégia que ajude a aliviar o peso emocional dos desafios.
- Conexão com outras pessoas: Conversar com amigos ou familiares sobre seus sentimentos é uma forma poderosa de liberar as emoções acumuladas.
- Terapia: Sessões com um terapeuta são como abrir a torneira para as questões mais profundas. Técnicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), o Brainspotting e o EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares) podem ser ferramentas transformadoras para lidar com traumas e bloqueios emocionais.
- Práticas de autocuidado: Momentos de pausa, meditação ou hobbies simples podem proporcionar o alívio necessário para continuar enfrentando os desafios.
Como a vida nos ensina a cortar cebolas com mais habilidade?
Com o tempo, aprendemos que enfrentar dificuldades é inevitável, mas o sofrimento não precisa ser solitário nem insuportável. A prática nos ensina a lidar com as “cebolas da vida” de forma mais resiliente, encontrando estratégias para minimizar o impacto emocional.
A neurociência nos ajuda a entender como isso é possível. Estudos mostram que a prática constante de autorreflexão e a busca por apoio emocional ajudam a regular o sistema nervoso, diminuindo a intensidade das reações emocionais aos estresses cotidianos. Além disso, técnicas como o EMDR e o Brainspotting acessam regiões do cérebro responsáveis pelo armazenamento de memórias traumáticas, promovendo um alívio profundo e duradouro.
Essas terapias combinadas com a abordagem prática da TCC são ideais para quem deseja aprender a “cortar cebolas” sem tanto sofrimento. Enquanto a TCC fornece ferramentas cognitivas para reestruturar pensamentos negativos, o Brainspotting e o EMDR trabalham nos níveis mais profundos do cérebro, liberando emoções reprimidas e fortalecendo a resiliência emocional.

Como transformar lágrimas em aprendizado e superação?
A vida, como a cozinha, exige prática, paciência e disposição para aprender. Cada lágrima derramada durante o processo é uma oportunidade de crescimento e transformação.
Em vez de evitar as “cebolas” que a vida nos apresenta, é fundamental encará-las como parte do nosso desenvolvimento. Ou seja, reconhecer que as lágrimas fazem parte do processo nos torna mais humanos e empáticos, tanto com os outros quanto conosco.
Além disso, abrir a “torneira” não é sinal de fraqueza, mas de inteligência emocional. Sendo assim, saber quando buscar ajuda, compartilhar sentimentos ou apenas respirar fundo é o que nos permite seguir em frente com mais leveza e propósito.
Quem te ajudou a abrir a torneira da última vez?
No fim das contas, ninguém enfrenta a horta da vida sozinho. Todos temos alguém que, em algum momento, nos lembrou de abrir a torneira enquanto cortávamos mais uma cebola.
Agora, pare e pense: quem foi essa pessoa para você? Talvez tenha sido um amigo que te ouviu sem julgar, um terapeuta que te ajudou a acessar seu verdadeiro eu, ou até você mesmo, ao encontrar um momento de paz em meio ao caos.
Por fim, precisamos entender que descascar a vida é uma jornada contínua. Cada camada retirada traz desafios, mas também revela uma força interior que subestimamos muitas vezes. Assim como na cozinha, encarar a horta inteira pode parecer assustador, mas com prática, ferramentas certas e uma boa dose de leveza, é possível enfrentar qualquer cebola que surgir pelo caminho.
E você? Está pronto para abrir a torneira e cortar a próxima cebola da sua vida?
Sou Betila Lima – Psicóloga
Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.
📷 Siga no Instagram: @BetilaLima
✉️ Clique e entre em contato
📱 +55 21 99533 1109