Provavelmente você já ouviu expressões como “Que magra!”, “Que gorda!” ou “Que diferente!” e ficou em dúvida se eram realmente elogios, certo? Já parou para pensar por que esses comentários podem ser tão problemáticos?
Comentários sobre aparência podem afetar a autoestima
Ao comentar sobre o corpo de alguém, mesmo que sem intenção de ferir, podemos atingir camadas profundas da autoestima dessa pessoa. O que parece inofensivo para quem faz o comentário pode ser um gatilho para inseguranças ou traumas. Ou seja, a sociedade já impõe padrões de beleza bastante rígidos e, quando reforçamos esses padrões com comentários sobre o corpo, podemos contribuir para a perpetuação de estigmas e preconceitos.
Todos os corpos são diferentes e isso deve ser visto como natural
Cada corpo é único, refletindo uma combinação de fatores como genética, cultura, saúde e estilo de vida. Mais do que isso, o ambiente no qual cada pessoa se desenvolve também influencia a sua aparência. Ao invés de comentar sobre o corpo alheio, que tal valorizar aspectos que realmente fazem a diferença e são dignos de admiração, como o talento, a inteligência ou a bondade?
Frases como “Que exótico!” ou “Que diferente!” reforçam estereótipos
Por mais que pareçam elogios, comentários como esses muitas vezes estão enraizados em estereótipos. Sendo assim, ao apontar o que é considerado “fora do padrão”, podemos reforçar preconceitos raciais, culturais ou de gênero. Ou seja, elogiar é diferente de destacar características que fogem do que a sociedade impõe como “normal”. Portanto, é preciso cuidado com a intenção e o impacto de nossas palavras.
Elogie a energia, a inteligência, as habilidades pessoais e a criatividade
Comentários sobre a aparência física, mesmo com boas intenções, podem contribuir para a manutenção de padrões de beleza irreais. Sendo assim, essa pressão para se enquadrar no que é considerado ideal pode levar ao desenvolvimento de distúrbios alimentares como anorexia. Bem como, bulimia, compulsão alimentar, além de problemas emocionais como ansiedade, depressão e, em casos extremos, até suicídio.
O que parece um elogio, pode ser um gatilho
Enquanto você acha que está elogiando, a pessoa que recebe o comentário pode interpretar de forma completamente diferente. Evite focar no corpo e, em vez disso, valorize o que realmente importa: a personalidade, o caráter e as qualidades internas de cada indivíduo. Afinal, essas são as características que realmente definem quem somos, e não apenas a nossa aparência física.
Valorizar o ser humano na totalidade é um exercício constante de empatia e respeito. Ou seja, ao elogiar de maneira genuína, focando nas habilidades e essência de alguém. Dessa forma, promovemos uma cultura de aceitação e autoestima, em vez de reforçar padrões que, muitas vezes, só trazem sofrimento.
Como a terapia ajuda a superar as questões de autoimagem corporal?
A terapia desempenha um papel fundamental na superação de questões relacionadas à autoimagem corporal. Atualmente, muitos indivíduos lutam com sentimentos de inadequação, insegurança e insatisfação com seu corpo devido à pressão social e aos padrões de beleza irreais. A terapia oferece um espaço seguro para explorar essas questões de maneira profunda. Dessa forma, identificando as origens desses sentimentos e ajudando a criar uma relação mais saudável consigo mesmo.
Durante as sessões, o terapeuta ajuda a pessoa a reconhecer os pensamentos negativos que alimentam a insatisfação corporal. Técnicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, são amplamente utilizadas para desafiar crenças distorcidas sobre o corpo. Através da reestruturação cognitiva, o paciente aprende a substituir esses pensamentos autocríticos por uma visão mais realista e positiva de si. Além disso, a terapia auxilia na identificação de gatilhos emocionais e comportamentos prejudiciais, como dietas extremas, comparações constantes ou compulsão alimentar, oferecendo ferramentas para lidar com esses desafios de maneira saudável.
Outro aspecto importante da terapia é o desenvolvimento da autocompaixão. Muitos indivíduos que sofrem com a autoimagem corporal são extremamente críticos consigo mesmos. A terapia ajuda a cultivar uma atitude mais gentil e compreensiva, permitindo que a pessoa enxergue seu valor além da aparência física. Esse processo é essencial para promover a aceitação do próprio corpo e melhorar a autoestima.
O que é o Brainspotting e como ele ajuda a liberar fontes de dores?
O Brainspotting é uma técnica terapêutica relativamente nova, desenvolvida pelo psicoterapeuta David Grand, que visa acessar e liberar traumas profundos e bloqueios emocionais armazenados no corpo e no cérebro. Essa abordagem se baseia na ideia de que os traumas ficam “guardados” em áreas específicas do cérebro. E podem ser acessados através de pontos focais visuais, conhecidos como “Brainspots”.
Ao identificar e focar em um “Brainspot”, o terapeuta ajuda o paciente a acessar memórias e emoções ligadas a experiências dolorosas. Durante a sessão, a pessoa se concentra em um ponto visual específico, enquanto o terapeuta orienta o processo. Isso permite que o cérebro processe o trauma de maneira profunda, liberando emoções reprimidas e facilitando a cura.
O Brainspotting é especialmente eficaz para questões relacionadas à autoimagem corporal. Afinal, muitos dos sentimentos negativos sobre o corpo estão enraizados em experiências traumáticas, como bullying, comentários depreciativos ou até mesmo traumas mais graves, como abusos. Ao liberar essas memórias e emoções, o paciente começa a perceber sua autoimagem de forma mais equilibrada e saudável, rompendo com padrões de pensamento autodestrutivos.
Brainspotting: uma vida mais saudável e livre
Ao liberar as fontes de dor e traumas, o Brainspotting promove uma sensação de alívio emocional e bem-estar, permitindo que o indivíduo viva de maneira mais leve e equilibrada. Isso reflete diretamente na forma como a pessoa se relaciona consigo mesma, com o corpo e com os outros. A redução da carga emocional associada à autoimagem negativa ajuda a pessoa a desenvolver hábitos mais saudáveis, tanto no aspecto físico quanto emocional.
Além de trabalhar questões de autoimagem, o Brainspotting também pode ser utilizado para tratar diversos problemas, como ansiedade, depressão, vícios e dores crônicas, ajudando a criar um estilo de vida mais saudável e livre de traumas. Ao longo do tempo, o paciente experimenta uma maior sensação de controle sobre seus pensamentos e emoções, o que contribui para uma autoestima mais sólida e uma vida mais plena.
Assim, tanto a terapia tradicional quanto abordagens inovadoras, como o Brainspotting, oferecem poderosas ferramentas para superar questões de autoimagem corporal e traumas, promovendo uma relação mais saudável e compassiva consigo mesmo.
Sou Betila Lima – Psicóloga
Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia de EMDR e Brainspotting.
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