Cleptomania - O que é? Causas, Diagnóstico e Tratamento.

Cleptomania – O que é? Causas, Diagnóstico e Tratamento.

A cleptomania é um transtorno incapacitante do controle dos impulsos, caracterizado pelo furto repetitivo e incontrolável de itens que têm pouca ou nenhuma utilidade para a pessoa acometida. Portanto, esse transtorno pode causar vergonha intensa, além de problemas legais, sociais, familiares e no trabalho.

O que é Cleptomania?

A cleptomania é conhecida há bastante tempo, mas continua sendo mal compreendida pela sociedade e até mesmo pelos profissionais de saúde. Estudos mostram que a cleptomania não é tão rara quanto se imagina, ou seja, ocorrendo em cerca de 3-4% dos pacientes com depressão ou dependência de álcool.

Como a Cleptomania Afeta a Vida das Pessoas?

Pessoas com cleptomania muitas vezes sofrem prejuízos significativos em suas vidas sociais e ocupacionais. Sendo assim, os pensamentos intrusivos e impulsos dificultam a concentração e a realização de tarefas cotidianas. Infelizmente, muitos pacientes consideram o suicídio como uma forma de escapar desses impulsos.

Diagnóstico da Cleptomania

Os critérios diagnósticos incluem:

  • Incapacidade recorrente de resistir ao impulso de furtar;
  • Sensação crescente de tensão antes do ato;
  • Prazer ou alívio ao cometer o furto.

É importante destacar que o furto não é motivado por raiva ou vingança, nem é uma resposta a delírios ou alucinações. Após o ocorrido, a pessoa sente insegurança e vergonha.

Sintomas e Comportamentos Associados à Cleptomania

A cleptomania apresenta uma série de sintomas e comportamentos que podem variar em intensidade e frequência. Dessa forma, alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • Furtos repetitivos de itens que não são necessários ou que têm pouco valor.
  • Sentimentos de tensão antes de cometer o furto.
  • Sensação de prazer, gratificação ou alívio durante e imediatamente após o furto.
  • Sentimentos de culpa, vergonha ou arrependimento após o ato.
  • Tentativas fracassadas de resistir aos impulsos de furtar.
  • Esforços para esconder os itens furtados ou para se livrar deles discretamente.

Causas e Fatores de Risco

As causas da cleptomania não são completamente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais possa contribuir para o desenvolvimento do transtorno. Sendo assim, alguns dos possíveis fatores de risco incluem:

  • História familiar de cleptomania ou outros transtornos do controle dos impulsos.
  • Transtornos mentais coexistentes, como depressão, ansiedade ou transtornos de personalidade.
  • História de abuso ou trauma na infância.
  • Disfunção nos sistemas de recompensa do cérebro, que pode aumentar a compulsão pelo furto.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico de cleptomania deve ser diferenciado de outros transtornos que podem apresentar comportamentos semelhantes, como:

  • Transtorno de personalidade antissocial, onde o furto é motivado por ganho pessoal ou vingança.
  • Transtornos psicóticos, onde os furtos podem ser influenciados por delírios ou alucinações.
  • Furtos premeditados realizados por pessoas sem transtorno psicológico, motivados por ganho financeiro ou necessidades materiais.

Abordagem Multidisciplinar no Tratamento da Cleptomania

O tratamento eficaz da cleptomania geralmente requer uma abordagem multidisciplinar. Ou seja, envolvendo psiquiatras, psicólogos, terapeutas e outros profissionais de saúde. A combinação de terapia medicamentosa e psicoterapia pode ser particularmente eficaz. Bem como, entre os medicamentos utilizados, incluem-se antidepressivos e estabilizadores de humor, que podem ajudar a reduzir os impulsos de furtar.

Tratamento da Cleptomania

O tratamento da cleptomania pode ser complexo e envolve várias abordagens terapêuticas. Sendo assim, entre elas estão:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda o paciente a entender como interpreta os acontecimentos e como esses afetos se manifestam. Isso significa compreender como cada pessoa vê, sente e pensa em relação às situações que causam desconforto. Bem como, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa.

Terapia EMDR

A Terapia EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) identifica os traumas e compreende como eles afetam a vida do paciente. Ou seja, essa terapia estimula o cérebro a processar as memórias. Dessa forma, reciclando imagens, emoções, sensações corporais e crenças negativas associadas. Ou seja, as lembranças passam a não desencadear o mal-estar que provocavam antes.

Brainspotting

O Brainspotting é um tratamento que ativa toda a capacidade do corpo para se curar. Sendo assim, processa e libera traumas e as fontes neuropsicológicas de dor física e emocional. Como resultado, há uma melhoria no desempenho profissional, seja nos negócios, nas artes, nos esportes ou em outras áreas da vida.

Outras Abordagens Terapêuticas

Além das terapias mencionadas, outras técnicas como a dessensibilização sistemática, a terapia aversiva e a sensibilização encoberta têm mostrado benefícios no tratamento da cleptomania. É fundamental aumentar a conscientização sobre a cleptomania, reconhecendo que o ato do furto é mais significativo do que o objeto em si.

Segundo a psicanálise, a cleptomania pode ser um mecanismo de autocompensação, originado na infância devido à falta de afeto, gerando ansiedade e culminando no comportamento patológico de furtar. Sendo assim, o paciente prefere ser punido a ser ignorado.

Prevenção de Recaídas

A prevenção de recaídas é uma parte importante do tratamento da cleptomania. Algumas estratégias eficazes incluem:

  • Monitoramento contínuo dos sintomas e dos impulsos.
  • Participação regular em sessões de terapia.
  • Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento para lidar com o estresse e os gatilhos.
  • Estabelecimento de um sistema de suporte robusto e confiável.

Conclusão

A cleptomania é um transtorno sério e incapacitante que pode afetar profundamente a vida das pessoas acometidas. No entanto, com o tratamento adequado, é possível controlar os impulsos e melhorar significativamente a qualidade de vida. Se você se vê nessa situação ou conhece alguém que esteja, saiba que existe tratamento e você não está sozinho.

Psicóloga Betila Lima: Especialista em tratar traumas -- Psicoterapia para tratar traumas com abordagens: Brainspotting, EMDR e Cognitivo-Comportamental. Experiência na libertação feminina.

Sobre mim

Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Avaliação Psicológica, Terapia de EMDR e Brainspotting.

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