Sabe aquele famoso ditado que diz: “a gente dá a mão e a pessoa quer o braço inteiro”? Pois é, eu era a pessoa que tinha prazer em dar o braço pela falsa sensação de me sentir útil para o outro, como se fosse levar uma mudança realmente significativa na vida dele. O que eu sei é que trouxe uma mudança significativa na minha. Isso pela falta de senso de prioridade e, principalmente, pelo fato de eu mesma estar no fim da lista. Afinal, pensei por muito tempo que ser útil para o outro era ser útil para mim.
Aprendi que isso é uma grande falácia, pois quando eu não me coloco em primeiro lugar eu não sou a mudança que eu quero causar no mundo ao meu redor, porque preciso gerar essa mudança primeiro no meu próprio mundo.
Crescer é entender que o essencial é saber que o “não” que damos para o outro se torna um sim que abre portas para nós mesmos. A partir disso, sei que cada sim meu é um sim genuíno, que é bem sentido e só proferido depois de uma análise interna extremamente sincera, pois hoje conheço e respeito as minhas limitações.
A origem do ditado e seu significado
A expressão “dar a mão e querer o braço” é uma metáfora que exemplifica como algumas pessoas tendem a abusar da generosidade alheia. Esse comportamento é mais comum do que imaginamos e pode ser observado em diversas situações do cotidiano, seja no ambiente de trabalho, nas relações familiares ou nas amizades.
Reconhecendo os sinais de abuso de generosidade
Identificar quando alguém está aproveitando-se de nossa boa vontade pode ser desafiador, mas é essencial para manter relacionamentos saudáveis. Alguns sinais típicos incluem:
- Pedidos constantes e crescentes: A pessoa sempre solicita favores, e esses pedidos aumentam em frequência e magnitude com o tempo.
- Falta de reciprocidade: A pessoa raramente ou nunca retribui a ajuda que recebe.
- Comportamento manipulador: A pessoa usa de chantagem emocional ou outras formas de manipulação para obter o que deseja.
Os impactos do abuso de generosidade
Quando alguém se aproveita de nossa generosidade, isso pode gerar uma série de consequências negativas, tanto para quem é explorado quanto para quem está explorando. Entre os impactos mais comuns, podemos destacar:
- Estresse e exaustão: Atender constantemente às demandas de outra pessoa pode ser extremamente cansativo, tanto física quanto emocionalmente.
- Ressentimento e frustração: Sentir que nossa boa vontade está sendo explorada pode levar a sentimentos de amargura e insatisfação.
- Desequilíbrio nas relações: Relações desequilibradas, onde uma pessoa dá muito mais do que recebe, tendem a ser insustentáveis a longo prazo.
Como Aprender a Dizer “não”?
Dizer “não” pode ser difícil, especialmente se queremos evitar conflitos ou desagradar os outros. No entanto, é uma habilidade crucial para manter nossa saúde mental e emocional. Aprender a recusar pedidos de forma educada, mas firme, é fundamental para proteger nossa generosidade de ser explorada. Não seja refém de “a gente dá a mão e a pessoa quer o braço inteiro”.
Desenvolver a autoestima e o autoconhecimento
Pessoas com baixa autoestima podem ter mais dificuldade em estabelecer limites e dizer “não”. Trabalhar no desenvolvimento da autoestima e do autoconhecimento pode nos ajudar a reconhecer nosso valor e a importância de proteger nossa própria energia e recursos.
As pessoas carregam seus próprios pesos
Eu estou aprendendo a dar forças para que as pessoas carreguem seus próprios pesos, não a dar o braço para que esses pesos façam parte dos meus. Essa foi uma das aprendizagens mais caras dos meus últimos tempos. Não porque tive que pagar para obtê-las, mas porque custou minha saúde, tanto mental quanto física. Aprendi que prioridade é eu estar bem comigo mesma e, depois disso, posso oferecer a mão. E se quando isso acontecer me pedirem também o braço, eu o darei, mas só após saber que, naquele momento, ele não me será necessário.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental Ajuda no Fortalecimento e na Inteligência Emocional
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para ajudar as pessoas a desenvolverem resiliência emocional e habilidades para lidar com situações desafiadoras. A TCC foca em identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos disfuncionais, promovendo uma mudança significativa na maneira como lidamos com o estresse e as pressões do dia a dia. Este processo de reestruturação cognitiva nos permite entender melhor nossas emoções e reações, proporcionando uma base sólida para a inteligência emocional.
A TCC também nos ensina a estabelecer limites saudáveis, o que é essencial para não nos sobrecarregarmos com os problemas dos outros. Aprendemos a reconhecer quando estamos dando demais e a importância de manter o equilíbrio entre ajudar os outros e cuidar de nós mesmos. Com a TCC, ganhamos as ferramentas necessárias para dizer “não” quando necessário, sem culpa, e entender que isso não nos faz menos úteis ou empáticos, mas sim mais equilibrados e saudáveis.
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Como o Brainspotting Ajuda a Localizar, Processar e Liberar Experiências
O Brainspotting é uma ferramenta poderosa que nos permite localizar, processar e liberar experiências ou sintomas que geralmente estão fora do alcance da mente consciente. Essa técnica utiliza o posicionamento ocular para acessar o cérebro profundo e o corpo, tocando diretamente os sistemas autônomos e límbicos do sistema nervoso central. O Brainspotting é especialmente eficaz no tratamento de traumas e na resolução de questões emocionais profundas que podem estar enraizadas em nossa psique.
Por meio do Brainspotting, somos capazes de identificar e trabalhar com pontos específicos no campo visual que estão associados a experiências traumáticas. Esse processo facilita a liberação de emoções reprimidas e a integração de memórias perturbadoras, promovendo uma cura profunda e duradoura. Ao acessar essas áreas do cérebro, podemos resolver traumas de maneira mais eficiente e alcançar um estado de bem-estar emocional mais equilibrado.
A Importância de Estabelecer Prioridades Pessoais
Estabelecer prioridades pessoais é fundamental para manter nossa saúde mental e emocional. Muitas vezes, nos encontramos em situações onde colocamos as necessidades dos outros acima das nossas, o que pode levar a um esgotamento físico e emocional. Aprender a dizer “não” é uma habilidade crucial que nos permite preservar nossa energia e bem-estar. Ao priorizar nossas próprias necessidades, podemos estar mais presentes e disponíveis para ajudar os outros de maneira saudável e equilibrada.
Sendo assim, entender que cuidar de nós mesmos é a primeira etapa para sermos realmente úteis para os outros é uma lição valiosa. Ou seja, quando estamos bem conosco, podemos oferecer suporte e assistência de maneira mais eficaz e genuína. Isso não significa ser egoísta, mas sim reconhecer que temos limites e que os respeitar é essencial para mantermos nossa integridade e saúde.
Como ajudar sem ser explorado
Ajudar os outros é uma parte importante da vida e pode trazer muita satisfação pessoal. No entanto, é crucial encontrar um equilíbrio entre ser generoso e proteger nossa própria saúde e bem-estar. Aqui estão algumas dicas para ajudar sem ser explorado:
- Avaliar a necessidade real: Antes de oferecer ajuda, avalie se a pessoa realmente precisa e se não há outras formas de ela resolver o problema por conta própria.
- Oferecer ajuda de forma limitada: Em vez de assumir toda a responsabilidade, ofereça ajuda de forma limitada, orientando ou auxiliando em partes específicas do problema.
- Incentivar a autonomia: Incentive a pessoa a desenvolver suas próprias habilidades e recursos para resolver problemas futuros, promovendo sua independência.
A Importância do Autocuidado e do Equilíbrio
O ditado “a gente dá a mão e a pessoa quer o braço inteiro” nos lembra da importância de sermos generosos, mas também de proteger nossa própria integridade. Em última análise, dar a mão e perceber que a pessoa quer o braço é um processo de aprendizagem contínua sobre nossos próprios limites e necessidades. Autocuidado e equilíbrio são essenciais para mantermos nossa saúde mental e emocional. Ao aprender a dizer “não” e estabelecer limites claros, podemos nos proteger do esgotamento e estar mais preparados para ajudar os outros de maneira significativa.
Por fim, entender que nossas prioridades devem ser respeitadas não é apenas um ato de autocuidado, mas também um passo importante para uma vida mais equilibrada e satisfatória. Ao praticar o autocuidado, estamos investindo em nossa capacidade de ser um suporte verdadeiro e eficiente para aqueles ao nosso redor. Portanto, ao dar a mão, devemos sempre lembrar de cuidar de nós mesmos primeiro, garantindo que estamos em um lugar seguro e saudável para oferecer nosso apoio aos outros.
Sou Betila Lima – Psicóloga
Formada em Psicologia desde 2007, com formação em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Comportamental, Avaliação Psicológica, Terapia de EMDR e Brainspotting.
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